7 de mar. de 2012

Carta ao Secretário de Agricultura, Dr. Eduardo Salles

Três anos sucessivos com precipitação abaixo da média, levam a zona rural de Ipirá a uma séria crise. Aqui transcrevemos a carta enviada ao Secretário de Agricultura Dr. Eduardo Salles, solicitando ajuda para o município.

Ipirá, 6 de março de 2012.
Exmo. Senhor
Eduardo Salles
DD Secretário de Agricultura do Estado da Bahia

Senhor Secretário,
Vivemos em nosso município uma situação calamitosa provocada pela forte seca que desde 2011 castiga toda região. A “Situação de Emergência” foi decretada ainda em 2011 e renovada em 10 de fevereiro de 2012 (Decreto n° 28 de 10/02/12). O executivo municipal tem envidado esforços no sentido de amenizar o sofrimento dos moradores da área rural, mas a crise climática atingiu dimensões que superam, em muito, a capacidade da prefeitura de auxiliar os produtores.
A estimativa das perdas é preocupante, afinal são dois anos sem produção agrícola ou pecuária.  Os produtores sofrendo o acúmulo desses anos de chuvas escassas, sem saber a quem apelar, aturdidos, estão vendendo seus rebanhos para comprar água de carros pipa na tentativa de salvar algumas reses.
Cada dia sem chuvas piora a situação. Os mananciais do município para abastecimento de carros pipas estão secando e o custo da água aumenta. A experiência mostra que climatologicamente a possibilidade de chuvas suficientemente intensas para reabastecer as aguadas acontece no máximo até abril. Vendo esgotar este período propício, desgastados, muitos produtores já chegaram às raias do desespero.
O momento exige providencias urgentes. Entendemos que as instituições precisam encarar o problema com objetividade para tentar minorar suas dramáticas consequências o que significa apoiar o produtor com ações de caráter emergencial (compra de ração, transporte de água, abertura de poços, construção de bebedouros, etc.).
Claro que medidas de urgência não descartam a necessidade de ações também de longo prazo (limpeza e ampliação de aguadas, construção de cisternas de captação, perfuração de poços, recuperação de pastagens, entre outras) afinal, mesmo que chova hoje, a cadeia de efeitos destes dois anos de crise climática é evidente: descapitalização da economia agrária da região, produtividade ínfima e progressivo empobrecimento do produtor.
Nosso sindicato tem tomado algumas providencias. Uma delas foi contatar um respeitado meteorologista, Doutor Gildarte Barbosa da Silva, solicitando previsão climática para o período março/abril. Infelizmente estas não foram animadoras. Segundo afirmou em entrevista à rádio local, sofremos o efeito de um “Vórtice Ciclônico de Altos Níveis”, fenômeno atmosférico que esta impedindo as chuvas e não há como prever, ao menos por enquanto, se e quando ele desaparecerá.
Outra iniciativa do Sindicato dos Produtores de Ipirá foi solicitar ao Chefe do Departamento de Hidrologia da CERB, D. Godofredo Corrêa Lima Junior uma avaliação sobre a probabilidade de sucesso na perfuração de poços tubulares no município. Este geólogo deverá

PENSAMENTO DO MÊS

PENSAMENTO DO MÊS