2 de dez. de 2012

PORQUE ISTO NÃO ACONTECE?


Plano Agricultura de Baixo Carbono – ABC
Através da Lei n° 12.187, de 29 de dezembro de 2009 foi instituída a Política Nacional sobre Mudança do Clima, onde foi estabelecido o compromisso de redução de emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9% das emissões projetadas até 2020. O Brasil deverá implementar essas ações de maneira voluntária e de acordo com os princípios e provisões estabelecidos pela Convenção sobre Mudança do Clima, através da adoção de Planos de Ação Setoriais. Para a Agropecuária foi concebido o Plano de Agricultura de Baixo Carbono – ABC que busca incentivar tecnologias sustentáveis capazes de aumentar a produção além de preservar os recursos naturais e manter o equilíbrio ambiental reduzindo a emissão dos GEE. Sua elaboração deu-se pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Desenvolvimento Agrário (MDA), contando inclusive com a participação das entidades representativas dos produtores, dentre elas a CNA. Entre as ações previstas pelo Plano ABC está o Programa ABC, uma linha de crédito rural oficial que foi instituída em 17 de agosto de 2010, pelo MAPA e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que tem como público alvo os produtores rurais e suas cooperativas. O limite de crédito é de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) por beneficiário e por ano-safra com taxa de juros de 5,5% ao ano.

"Sequestro e armazenamento de carbono"

A Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, ou ABC, se baseia principalmente na captura ou “seqüestro de carbono”, conceito que foi consagrado pela Conferência de Quioto em 1997, como um mecanismo capaz de reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera visando à diminuição do efeito estufa. Isto é possível porque na fase de crescimento as plantas funcionam com verdadeiros “aspiradores” de carbono. Pela fotossíntese elas “capturam” o CO2 do ar usando-o para compor suas folhas, caules, raízes e sementes que recebem o nome de biomassa. Assim o carbono entra no solo através das raízes e da biomassa em decomposição. Parte deste carbono volta para a atmosfera, mas boa parte permanece no solo. Os fungos, bactérias e outros micro-organismos que ajudam na decomposição do material orgânico são, também, uma forma para que o carbono orgânico permaneça no solo. Os solos representam, portanto um grande “depósito” de carbono.

Para alcançar os objetivos de seqüestrar carbono e reverter os processos de degradação dos solos o produtor dispõe de várias práticas como o controle dos processos erosivos, evitar queimadas, sistemas agroflorestais e principalmente boas práticas de manejo que evitem o grande vilão dos solos sob pastagens que é o superpastejo. A este respeito, merece destaque o estudo da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) que apresenta o manejo de pastagens como a “segunda mais importante tecnologia agrícola atualmente disponível para suavizar as alterações climáticas”.   Produtividade e conservação dos recursos naturais, até bem pouco tempo considerados antagônicos, notadamente no semiárido, são apresentados neste estudo como objetivos congruentes.

Solo: “depósito” de carbono.
O texto editado em novembro de 2009, (Review of evidence on drylands pastoral systems and climate change - Implications and opportunities for mitigation and adaptation) destaca o “grande potencial inexplorado de seqüestro e armazenamento de carbono nos solos sob pastagens dos sistemas pastoris e agropastoris das regiões secas do planeta". Para os autores - Constance Neely, Sally Bunning e Andreas Wilkes - a evidência deste potencial exige “esforços coordenados e mecanismos de intervenção global nas  barreiras sócio-político-económicas, que têm implicado na marginalização do setor”. Também destacam o valor das plantas nativas destas regiões que, para lidar com a baixa e irregular precipitação, "desenvolvem mecanismos únicos, são altamente resistente às secas, recuperando-se rapidamente de incêndios e da pressão de pastejo, atributos com grande significado para o ecossistema global, especialmente no contexto atual de mudanças climáticas”. 

Os pesquisadores alertam para o fato de que as terras predominantemente utilizadas para a produção animal são áridas ou semiáridas, portanto, “particularmente sensíveis à degradação”, como é o caso da África subsaariana, que tem 40 % de seu território dedicado à pecuária. Estas pastagens exigem grande atenção, não só pela “degradação generalizada” que apresentam e que determina uma menor capacidade de recuperação à seca e a desertificação, mas também pela sua “capacidade potencial de seqüestro e armazenamento de carbono”. Afirmam também que as maiores oportunidades para seqüestro de CO2 no solo estão, justamente, em terras degradadas. “A degradação significa que o solo esta longe do ponto de saturação e que, portanto, pode capturar e armazenar muito mais carbono”. 

Se bem manejadas, as pastagens do semiárido brasileiro,
poderão trazer um beneficio ambiental.

Fica evidente, portanto que, se bem manejadas, e para isso é fundamental manter a diversidade vegetal num equilíbrio dinâmico buscando a máxima semelhança possível com a vegetação nativa, as pastagens do semiárido brasileiro, além de prestarem um benefício econômico reforçando a produtividade da pecuária e a segurança alimentar das populações, poderão trazer um beneficio ambiental seqüestrando carbono e aumentando a capacidade das regiões secas em adaptar-se aos impactos de possíveis mudanças climáticas.

Fácil imaginar que o Programa ABC poderia representar um novo ciclo de desenvolvimento do semiárido promovendo a reestruturação financeira de produtores empobrecidos pela maior seca dos últimos 50 anos, que precisam recomeçar do zero, precisam recompor rebanhos e pastagens, retomar o crescimento em bases sustentáveis e enfrentar a realidade ainda mais difícil das “projeções climáticas” para este século.
Porque isto não acontece?
José Caetano Ricci de Araújo
Eng° Agrônomo e Produtor Rural


5 de nov. de 2012

E AGORA JOSÉ?

As chuvas estão acontecendo em Ipirá.
As chuvas estão acontecendo em Ipirá. Recebemos esta verdadeira bênção divina com alegria e gratidão. Vamos torcer para que alcancem todo o semiárido. Entretanto é preciso reconhecer a realidade dura e crua: os prejuízos são irremediáveis.

A realidade dura e crua: os prejuízos são irremediáveis.
Lutamos tenazmente durante três anos sucessivos, mas não conseguimos  evitar enormes perdas. Esta violenta seca aniquilou nossa agricultura de subsistência e pecuária. Nossas pastagens e reservas de palma foram consumidas até a exaustão assim como nossas reservas de capital na aquisição de medicamentos,  água e ração.  Neste último ano ultrapassamos o limite do suportável. Percebendo a  inconsistência das “medidas emergenciais contra a seca” e impotentes face às “forças econômicas”optamos por vender nosso rebanho a qualquer preço. Com este recurso compramos mais água e mais ração para as reses que sobraram. Não foi suficiente. Partimos então para o endividamento com amigos, parentes, bancos e mesmo agiotas. O crédito também acabou e sem mais nada poder fazer assistimos dezenas, quando não centenas, de animais morrerem de fome e sede.

Nossas pastagens e reservas de palma
 foram consumidas até a exaustão
“E agora José?”
Como reverter este quadro e buscar a reestruturação financeira se não temos condição nem mesmo de honrar nossas dividas? Como recomeçar do zero, recompor rebanhos e recuperar pastagens, evitando a degradação do solo, “primeiro passo para a desertificação no semiárido”? Como retomar o crescimento em bases sustentáveis e enfrentar a realidade ainda mais difícil das “projeções climáticas” para este século?
 Dezenas de municípios com todas as aguadas,
 mesmo as públicas, absolutamente secas.

Entendemos que as respostas para estas questões são:
a) crédito verdadeiramente emergencial, sem as formalidades intransponíveis do PROGRAMA EMERGENCIAL–FNE 2012; 
b) apoio na forma de prorrogação/renegociação das dívidas rurais e rebate significativo;
c) anistia para financiamentos contraídos no período da seca;
d) e concessão de crédito novo para investimentos de reestruturação.
Como reverter este quadro?
Não se trata, absolutamente, de pleitos assistencialistas como sugere o discurso das “leis de mercado”. Trata-se apenas de reconhecer o caráter excepcional desta seca, um evento climático extremo que pegou o próprio Estado de surpresa, deixando dezenas de municípios com todas as aguadas, mesmo as públicas, absolutamente secas. Trata-se de fazer valer o instituto da co-responsabilidade entre produtores e bancos oficiais de fomento, considerando que os prejuízos não decorrem de incompetência, imprevidência, negligência ou mal uso de financiamentos  contratados. Trata-se de reconhecer a completa desarticulação dos serviços de assistência técnica na Bahia. Trata-se de lembrar as históricas desigualdades regionais em desfavor do nordeste.

Sem apoio institucional não haverá saída para o produtor rural do semi-árido baiano.
José Caetano Ricci de Araujo
Presidente


1 de out. de 2012

DELÍRIOS DE UMA CIVILIZAÇÃO


Ana Maria Primavesi
Por Ana Maria Primavesi, 
 agrônoma, agricultora e pecuarista,
é uma das precursoras da
agricultura ecológica no Brasil.

A terra gruda nos sapatos, suja os assoalhos e incomoda as pessoas da cidade, que querem tudo limpinho e se defendem contra a “sujeira”, asfaltando ruas e estradas e usando automóveis, para não pisar no barro.
A terra produz os alimentos e as colheitas comerciais como café, açúcar, cacau, algodão, chá-da-índia, guaraná e cana para o álcool-combustível, fibras como sisal e juta, óleos como o de mamona, babaçu e dendê e látex, e condimentos como pimenta-do-reino, cravo, canela e louro. Armazena água nos seus poros para as plantas e, em depósitos profundos, para as fontes e nascentes dos rios e das represas das usinas hidrelétricas.
A terra forma o nosso corpo, saúde e inteligência. Não porque a Bíblia conte que o homem foi feito de barro, mas porque um óvulo fecundado nunca formaria um corpo de nada. Ele fornece somente o padrão genético segundo o qual se forma o ser vivo. Mas o corpo é construído de minerais. E estes as plantas retiram da terra e os fornecem a todos os viventes. Do corpo decomposto ou cremado resta somente um punhado de cinza, mineral.
Jeca-tatu

Antigamente, nós a chamávamos, com carinho de Mãe Terra, porque dela nasce e a ela volta o homem. E nos orgulhávamos de ser filhos da terra porque o que somos, os somos por ela. Em terra sadia e forte, seremos fortes, sadios, dinâmicos e inteligentes. Mas quanto ela é exausta, decaída, doente e devastada, nós, seus filhos, somos fracos, doentes e indolentes. Jecas-tatus. Estudamos muito para descobrir por que a inteligência da juventude decresce e os currículos escolares têm de ser cada vez mais facilitados. Destruímos a alma no barulho e nas drogas e destruímos o corpo com alimentação biologicamente incompleta e condimentada por resíduos tóxicos. Depois nos admiramos de que o circuito alma-cérebro não funcione mais. É a terra, portanto, que nos faz progredir ou cair na miséria, sentir bem-estar ou nos arruinarmos, sermos poderosos e gloriosos ou submissos e escravos.
Lembram-se dos povos que sumiram da história? Dos sumérios, egípcios, estruscos, gregos, romanos, incas, astecas, mongóis e hunos? Foram arrasados porque se esqueceram dos campos. Um grande presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, disse: “Destruam as cidades e conservem os campos, que as cidades ressurgirão. Destruam os campos e conservem as cidades, e estas, sucumbirão”. Cidades vivem do campo. Não adianta. É a terra que as mantêm.
“Destruam as cidades e
conservem os campos, que as 
cidades ressurgirão. Destruam
os campos e conservem as
cidades, e estas, sucumbirão”.
Quando a terra era jovem, vigorosa e virgem, uma vegetação exuberante a cobria e flores a enfeitavam. As árvores lhe davam sombra e as plantas, com suas raízes,  a abraçavam carinhosamente e estendiam macia manta de folhas. Estava abrigada e protegida, zelada e amada. O sol a beijava furtivamente e a água da chuva a acariciava em suave deslizar. Era tudo festa.
E viemos nós, homens, em busca de alimentos. Ela podia dar e estava ansiosa para ajudar-nos. Tomava-nos por amigos e quis se entregar, como esposa dedicada. Mas nós não entendemos. Não quisemos amizade nem dedicação. Quisemos explorá-la, dominar e violar, estupidamente. Quisemos enriquecer rapidamente. E a arruinamos. Agora ela é fraca, doente, estragada, prostituta que todas usam e pela qual ninguém zela.
"Tu és pó e ao pó retornarás".
Sua pele macia se tornou incrustada, dura e rachada. Sulcos profundos marcaram sua face, cavados pelas lágrimas que a chuva lhe emprestou. Nós que sempre achamos uma palavra “científica” para explicar, chamamos a isso “erosão”. Chagas a cobrem como feridas de lepra, e nós as chamamos de “vossorocas”. Perdeu sua beleza, saúde e fertilidade. Não pode mais gerar colheitas fartas e nutritivas -  mas somente esses pingos de safra, sem sabor e sem valor para a vida.

As plantas que cultivamos não formam mais unidade com a terra, não são mais “ecotipos”, como nós dizemos, não se adaptam ao que ela pode oferecer. Criamos plantas estranhas, muito estranhas, de hábitos exóticos. Embora ainda se chamem milho, arroz, algodão ou cana-de-açúcar, não pode mais usar o que a terra oferece, nem se satisfazer com o que ela pode dar. Não é mais mãe, mas simplesmente suporte. Temos de “adaptá-la” às nossas culturas, que não são mais amigas, e sim orgulhosas, desinteressadas, até hostis.
E nos orgulhamos de nosso trabalho genético e de nossos híbridos. Até as chamamos de HRV, ou variedades de alta resposta. Variedades que, na verdade, apenas suportam elevadas quantidades de adubos. A terra que, rindo, dava colheitas fartas, de repente não presta mais. É coberta com quantidades excessivas de calcário e salgada com adubos ácidos e agressivos. É compactada com máquinas pesadas e deixada nua, exposta ao sol abrasador e ao impacto de chuvas violentas. Banhada com fedorentos venenos  as plantas amigas não nascem mais. Justo as que queriam curar suas

3 de set. de 2012

A SECA EM IPIRÁ


Ao Ministro Mendes Ribeiro Filho - MAPA; Senador Acir Gurgacz - Comissão de Agricultura; Deputado Raimundo Gomes de Matos - Comissão de Agricultura; Presidente  Paulo Sérgio Rebouças Ferraro - BNB; Presidente Aldemir Bendine - Banco do Brasil  e Secretário Eduardo Salles - SEAGRI. 
Transcrição dos ofícios
20, 21, 22, 23, 24 e 25/12
de 31 de agosto de 2012.
              Prezados Senhores
 
             Ipirá, apesar da relativa proximidade de Salvador (214 km), por sua estação seca acentuada e cobertura vegetal de Caatinga identifica-se em grande parte com o Sertão nordestino. Nossa vocação eminentemente rural e a tradicional pecuária são evidentes na forte presença da arte com o couro nos povoados  e distritos do município. Solos férteis e clima de salubridade reconhecida conferem destaque especial à nossa ovinocultura e bovinocultura de leite.

Vivemos em Ipirá uma situação calamitosa provocada pela forte seca que desde 2009 castiga todo o semiárido baiano. Considerada como a pior dos últimos cinqüenta anos, esta violenta seca comprometeu toda nossa produção. A estimativa de perdas é alarmante. A agricultura de subsistência desapareceu e a pecuária, sofrendo o acúmulo de três anos sucessivos com precipitação abaixo da média, encontra-se numa situação limite. Os rebanhos que não pereceram de fome ou sede foram vendidos por 1/3 do valor normal. As pastagens foram consumidas até a exaustão e as reservas de palma se esgotaram, assim como as reservas de capital na aquisição de medicamentos,  ração e água. 

É notória a baixa remuneração da atividade agropastoril das regiões semiáridas devido à forte estacionalidade da produção forrageira.  Apesar desta limitação comparativa o “mercado” indistintamente nos cobra produtividade impondo necessidades sempre maiores em investimentos. A própria ”sustentabilidade”, entendida como a manutenção no longo prazo da atividade produtiva, obriga-nos a investimentos. Esta  necessidade provocou nosso endividamento junto às instituições financeiras e transformou-se na razão de enormes incertezas com relação ao futuro.

O Sindicato dos Produtores Rurais de Ipirá, com o apoio da FAEB/CNA/SENAR, tem procurado fazer sua parte. A seca ainda não era “notícia” e trabalhamos no sentido de tornar pública a situação. Enviamos carta à SEAGRI, ofícios à CERB, Banco do Brasil e BNB. Encomendamos prognóstico climático divulgado em rádio local, intermediamos entrevistas com representantes da CERB, BNB e CONAB e promovemos encontros entre produtores, BNB, Banco do Brasil, SICOB, ADAB e FAEB. Se estas iniciativas inicialmente serviram para “despertar” às instituições, agravaram também incertezas, à medida que percebemos nossa impotência face às “forças econômicas” e a inconsistência das recentes “medidas emergenciais contra a seca”.
Eng°Manoel Bonfim Ribeiro,
especialista em hidrologia, ex-diretor do
DNOCS e ex-secretário geral
do Instituto Geográfico e
Histórico da Bahia

Muitos companheiros já chegaram às raias do desespero. Os prejuízos destes anos ruins, somados ao endividamento e à falta de crédito parecem conduzir-nos à perda de nossa condição de produtores rurais. Como reverter este quadro e buscar a reestruturação financeira se não temos condição nem mesmo de honrar nossas dividas? Como recomeçar do zero, recompor rebanhos e recuperar pastagens, evitando a degradação do solo, “primeiro passo para a desertificação no semiárido”? Como retomar o crescimento em bases sustentáveis e enfrentar a realidade ainda mais difícil das “projeções climáticas” para este século?


Manoel Dantas Vilar Filho, 
 “O Patrono das Cabras
e das Causas do Sertão”
 Engenheiro Civil e Pecuarista 
em Taperoá (PB)

A resposta para estas questões são os pleitos: a) crédito verdadeiramente emergencial, sem as formalidades intransponíveis do PROGRAMA EMERGENCIAL–FNE 2012;  b) apoio na forma de prorrogação/renegociação das dívidas rurais e rebate significativo; c) anistia para financiamentos contraídos no período da seca; d) e concessão de crédito novo para investimentos de reestruturação. Afinal, os prejuízos e perdas desta seca NÃO decorrem de incompetência, imprevidência, negligência ou mal uso de financiamentos  contratados. É preciso considerar o caráter excepcional desta seca, um evento climático extremo que pegou o próprio Estado “de calças curtas” (Eng°Manoel Bonfim Ribeiro). É preciso lembrar o instituto da co-responsabilidade entre devedores e bancos oficiais. É preciso lembrar a completa desarticulação dos serviços de assistência técnica na Bahia, além do fato de não ter havido nenhum alerta para a “possibilidade” de seca no sertão baiano (Vide Boletins CPTEC/INPE). E para concluir, lembrar históricas desigualdades regionais citando o “Cientista da Seca” - Manoel Dantas Vilar Filho: 

Os moradores do semi-árido são credores do Brasil.

Confiando na adoção de providências efetivas para o atendimento dos nossos pleitos, encerramos,

            Atenciosamente,
                                                          
José Caetano Ricci de Araujo
Presidente
(Transcrição dos ofícios n° 20, 21, 22, 23, 24 e 25/12 de 31 de agosto de 2012)

11 de ago. de 2012

Produção de Mudas de Palma-Forrageira Utilizando Fragmentos de Cladódios

Por Carlos Alberto Tuão Gava e Edson Batista Lopes
Instruções Técnicas da Embrapa Semiárido 
Petrolina, Agosto de 2012
Introdução
A palma (Opuntia ficus-indica L.) é uma das principais alternativas para alimentação de caprinos, ovinos e bovinos no Semiárido brasileiro. Contudo, o ataque da cochonilhado-carmim (Dactylopius opuntiae Cockerel) erradicou grande parte da área plantada, já que a maioria das variedades cultivadas são suscetíveis à praga.
Três novas variedades resistentes à praga foram identificadas: Orelha-de-elefante mexicana, Miúda ou Doce e a variedade Mão-de-moça (clones IPA-Sertânea e PALMEPA-PB1). Contudo, a disponibilidade de material propagativo (cladódios ou raquetes) ainda é baixa, aumentando o preço da palma-semente. Assim, desenvolveu-se uma metodologia utilizando fragmentos (pedaços) de raquetes para a obtenção de
novas mudas.
A produção de mudas pela fragmentação de raquetes é uma alternativa para que o produtor rural possa implantar novas áreas ou sementeiras, utilizando mudas de alta qualidade produzidas a partir de pequenas quantidades de raquetes. Trata-se de uma metodologia simples e de baixo custo, desenvolvida para ser aplicada dentro da propriedade e utilizando um mínimo de mão de obra. Nas experiências  conduzidas em condições de produtor, a eficiência do processo é de 85% e comumente obtêm-se pelo menos dez mudas para cada raquete disponível. Uma variação da técnica permite a colocação dos fragmentos deitados em contato direto com o solo, contudo isso requer o arranque das mudas do local de produção para o replantio em local definitivo, aumentando riscos de danos e reduzindo eficiência de pegamento.
Etapas de Preparação das Mudas
Antes de dar início à aplicação deste método, convém lembrar que a raquete de palma forrageira tem elevado teor de umidade,o que a torna muito sensível a danos por ferimentos, impactos e compressão. Esses acidentes causam rápido apodrecimento da área lesionada e comprometem toda a raquete. Portanto, todo o cuidado deve ser tomado durante as fases de colheita, transporte e armazenamento das raquetes e nas fases seguintes de preparo das mudas.
Se houver necessidade, o transporte deverá ser realizado com as raquetes dispostas em caixas ou com camadas isolantes (sacos de algodão, palhada, capim, etc.) entre elas.
Coleta, Seleção e Cura das Raquetes
As raquetes a serem utilizadas para a multiplicação devem estar completamente desenvolvidas, saudáveis e isentas de infestações com pragas e doenças, entre elas, a cochonilha-de-escamas. Após o corte, as raquetes deverão passar por um período de cura à sombra. Nesse período, o cladódio perderá parte da umidade e ocorrerá a cicatrização das lesões provocadas pela operação de corte no campo.
O período de cura pode durar entre 5 a 10 dias, dependendo do estado inicial de turgidez das raquetes. O ponto ideal é aquele que apresenta sinais de perda de turgidez , ficando mais macia à compressão com os dedos e as lesões dos cortes estejam cicatrizadas.
Tratamento das Raquetes e Corte dos Fragmentos
Próximo ao final do período de cura, as raquetes deverão ser tratadas para a eliminação de insetos e patógenos. O tratamento deve ser realizado por imersão da raquete em solução contendo os defensivos, porém, só deve ser aplicado após o período de cura (Figura 1). Depois desse procedimento, deve-se deixar secar por 24 horas.
Em condições experimentais, os inseticidas metidationa, tiametoxan, metomil, clorpirifós apresentaram alta eficiência no controle de cochonilhas. Contudo, os produtos não apresentam registro para a cultura. O fungicida oxicloreto de cobre pode ser utilizado isoladamente ou em mistura à calda de inseticida para o controle de fungos que causam podridão nos fragmentos.
Entretanto, para o uso de misturas de inseticidas e fungicidas é preciso ficar atento à compatibilidade entre os produtos. Essa informação é apresentada no rótulo dos mesmos.
Ao término do período de cura e tratamento, as raquetes deverão ser fracionadas. O tamanho dos fragmentos (pedaços) pode variar, contudo, para raquetes plenamente desenvolvidas e maduras tem se alcançado excelentes resultados com fragmentos de 3 cm x 5 cm (Figura 2). O ideal é que os fragmentos apresentem pelo menos duas gemas (olhos), em pelo menos um dos lados. É das gemas que se originam as raízes e a nova brotação. O corte deve ser realizado com estilete, faca ou canivete, que deve estar bem afiado. Caso contrário, o corte causará maceramento de tecidos, levando à penetração de patógenos e resultando em apodrecimento dos fragmentos. Após o corte, os fragmentos deverão permanecer em local limpo até a cicatrização.
Essa cicatrização se completa entre 2 e 3 dias e será reconhecida pela formação de uma camada de tecido opaca e seca sobre os cortes. O procedimento deverá ser realizado à sombra, em local seco e sobre superfície seca como bancada de madeira (ou mesa). O contato com umidade ou solo nesta etapa causa apodrecimento dos fragmentos.

Preparo do Substrato e Plantio dos Fragmentos
O substrato a ser utilizado poderá ser produzido com a mistura de solo + esterco, em proporções que podem variar entre 1:2 a 1:3. Podem ser utilizados substratos comerciais ou mesmo solo puro.
Após o período de cicatrização, os fragmentos deverão ser introduzidos em sacos plásticos para muda com volume em torno de 600 mL a 1L de substrato (15 cm x 20 cm).
As cicatrizes são muito sensíveis, e poderá se romper no momento do plantio nos sacos para muda . Por tanto, os fragmentos devem ser introduzidos cuidadosamente nos sacos com substrato.
Recomenda-se que os sacos sejam parcialmente cheios, restando 25% de espaço que será preenchido após a colocação dos fragmentos, evitando-se a sua compressão contra as partículas do substrato. Ou seja, os fragmentos serão apenas colocados sobre o substrato e cobertos com o restante do substrato ou solo utilizado.
Irrigação
A adição de água deverá ser feita somente 2 dias após o plantio, permitindo que qualquer lesão tenha tempo hábil para cicatrização. A partir daí, a rega deverá ser feita uma vez por semana até a emissão e crescimento inicial da primeira brotação.
A partir da emissão da primeira brotação, ou seja, quando apresentar tamanho igual ao do fragmento utilizado, a rega passará a ser executada três vezes por semana, evitando-se o excesso de água.
Aclimatação
A primeira raquete emitida é pequena por causa da pequena quantidade de reservas que o fragmento apresenta. Quando começar a emissão da segunda raquete, as mudas estarão chegando ao período de transplantio e deverão passar por um período de aclimatação, que corresponde à redução do número de regas para apenas uma por semana até o plantio, de forma a aumentar sua resistência e promover a aceleração do crescimento das raízes.
As mudas deverão ser separadas considerando-se o tamanho, de forma a se obter lotes uniformes para aclimatação. Nas semanas que antecedem o plantio no campo, as mudas deverão voltar a receber duas ou três regas para que, quando transferidas ao campo, apresentem o máximo de reserva de água.

Transplantio das Mudas
O plantio das mudas deve ser feito em covas com profundidade que permita a completa imersão do pedaço de raquete utilizado para a produção e parte da primeira raquete definitiva, caso contrário, poderá haver tombamento de plantas após o crescimento.
O transplantio deverá ser realizado, preferencialmente logo após as primeiras chuvas já que as mudas não possuem reservas suficientes para longo período.
Caso seja
utilizada a preparação mecanizada do solo ou captação de água in situ, realizar o plantio no camalhão, evitando-se contato da raquete base com a água empoçada nas chuvas.
A adubação convencional com nitrogênio (ureia) e potássio (cloreto de potássio) deverá ser realizada 30 ou 45 dias após o plantio, conforme recomendação técnica.

26 de jul. de 2012

SUPLEMENTAÇÃO NA SECA

Fonte: http://www.cnpgc.embrapa.br/
 
O maior problema no período da seca é o baixo desempenho dos bovinos em pastejo, resultado de uma pastagem de baixo valor nutricional. As vacas de cria não recuperam a condição corporal necessária para manter o ciclo reprodutivo e as demais categorias animais apresentam baixas taxas de ganho de peso. 
O baixo teor de proteína é o fator limitante das pastagens nessa época do ano, e sua correção, normalmente, resulta em aumento no consumo e digestibilidade da pastagem (Cochran et al., 1998). Isto porque as bactérias celulolíticas, responsáveis pela digestão da fibra, necessitam para o seu crescimento, de amônia (que pode ser fornecida pela uréia), mas também de esqueletos carbônicos (fornecido pelo carboidratos e proteína verdadeira). 
A fração protéica utilizada no rúmen é denominada de Proteína Degradada no Rúmen (PDR) e sua exigência está relacionada diretamente com os microorganismos do rúmen e não com o animal. 
Essa exigência aumenta proporcionalmente à oferta de energia (NDT) ao animal, e pode ser estimada usando-se a equação: PDR, g/animal/dia = NDT, kg/animal/dia x 0,13 (NRC, 1996) 12 Suplementação de bovinos em pastejo É aconselhável que no suplemento protéico, a proporção de PDR com origem na uréia, não ultrapasse 30% do PDR total. 
Suplementação na seca – vacas de cria 
Objetivo da suplementação 
melhorar o desempenho animal, melhorando a utilização da pastagem disponível. 
Meta 
aumentar a taxa de natalidade de vacas de cria e a taxa de reconcepção de primíparas. 
Estratégia 
fornecer uma pequena quantidade de nutrientes que favoreçam os microorganismos do rúmen, e conseqüente aumento no consumo e digestibilidade do pasto. 
Tipo de suplemento 
que contenha teores de proteína bruta acima de 40%. 
Além da fonte protéica e mineral, a adição de uma fonte energética pode contribuir para melhorar o consumo do suplemento e contribuir para aumentar a oferta no rúmen de esqueletos carbônicos. Nessa situação, o uso da uréia acima de 30% do PDR total é aceitável. 
Entretanto, suplementos protéicos apenas com uréia e mistura mineral não têm resultado em desempenhos consistentes. O esperado, em termos de desempenho animal, seria reduzir perdas do peso vivo (casos extremos em locais de longa estiagem) ou alcançar a mantença ou leve ganho de peso. 
Nível de fornecimento 
mistura mineral/uréia, com ou sem palatabilizante - à vontade; sal protéico - aproximadamente 1 g/kg de peso vivo/animal/dia.

Mistura mineral/uréia – baixo consumo resulta em desempenhos aquém do desejado. Uso específico para regiões de seca bem caracterizada onde haja disponibilidade de macega de baixa qualidade. Pode reverter uma situação de perda de peso vivo acentuada para moderada ou até mantença, dependendo da oferta de pasto e taxa de lotação animal. 
Mistura mineral/uréia + palatabilizante – o consumo mais constante pode resultar em desempenhos mais consistentes, como citados na situação anterior. 
Sal protéico ou proteinado – consumo controlado com o uso do sal branco, dentro de valores próximos a 1 g/kg de peso vivo (vaca de 400 kg deveria consumir 400 g de sal protéico/dia). O controle do consumo do suplemento com o sal branco não é absoluto, havendo necessidade de se fazerem avaliações freqüentes do mesmo, na fase inicial de sua oferta. Alterações na quantidade do sal branco para mais ou para menos, compensando com a substituição do milho, talvez sejam necessárias. Uma vez estabilizado o consumo, o abastecimento do cocho com o sal protéico deveria ser por períodos intercalados de três a quatro dias. Respeitar um espaço linear de cocho de 20 cm/vaca. É uma forma econômica de suplementação, com o objetivo de reduzir taxas de perdas de peso vivo, manter peso vivo ou, até mesmo, alcançar ganhos moderados de cerca de 200 g por vaca/dia, dependendo do pasto. Animais recebendo suplementos com sal comum para controlar consumo precisam ter livre acesso à água. 
 
Suplementação na seca – animais em recria  
Objetivo da suplementação 
melhorar o desempenho animal pelo fornecimento adicional de nutrientes.
Meta 
reduzir a idade de abate e/ou idade de primeira cria e/ou reduzir taxas de perda de peso vivo. 
Estratégia 
fornecer um suplemento para aumentar o consumo total de proteína (sal protéico) ou proteína/energia (concentrado). No último caso, dentro de limites capazes de minimizar seu efeito sobre o consumo da pastagem. 
Tipo de suplemento 
as características do sal protéico são idênticas às já discutidas. O concentrado deve apresentar um teor de proteína bruta acima de 20%, teores médios de energia (entre 70% a 76% de NDT), minerais e ionóforo (Rumensin, Taurotec e outros). A substituição do PDR total pela uréia não deveria ultrapassar 30%. 
Nível de fornecimento 
sal protéico – 1 g/kg de peso vivo/animal/dia; concentrado - entre 2,5 a 5 g/kg de peso vivo/animal/dia.

30 de jun. de 2012

“Viver BEM no Semiárido”

“Viver BEM no Semiárido”
João Martins da Silva Junior,  presidente da FAEB - Federação de Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia  e 1° vice-presidente da CNA - Confederação Nacional   de Agricultura, lançou nesta quarta-feira (27/6) em Ipirá o Programa “Viver BEM no semiárido”. O evento contou com a presença do Secretário de Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia - Eduardo Salles; do Superintendente do BNB na Bahia - Nilo Meira; do Superintendente do Banco do Brasil na Bahia - João Batista; do Superintendente do SENAR na Bahia – Geraldo Machado e do Prefeito de Ipirá -Antonio Diomário.
Eduardo Salles - Seagri, apoiará o programa
José Caetano, presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Ipirá abriu o evento  ressaltando o problema da seca:
“…iremos transformar esta seca em oportunidade, em motivação real para uma mudança de comportamento do produtor. […] A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia apresenta hoje, aqui em Ipirá, uma perspectiva de futuro para o homem do campo. […] O programa “Viver BEM no semiárido” pretende promover as mudanças necessárias ao desenvolvimento rural,  estabelecendo um sistema eficiente para a transferência de tecnologia  para produtores e  trabalhadores  rurais”.
Humberto Miranda, diretor da FAEB e Presidente do Sindicato Rural de Miguel Calmon,  apresentou o programa:
João Martins - FAEB, Humberto Miranda - FAEB
 e Rui Dias - SENAR
“Inicialmente pretendemos trabalhar com grupos de vinte produtores em cada um dos onze municípios beneficiados. Duzentos e vinte propriedades rurais, portanto receberão toda assistência técnica necessária. Serão modelos de sustentabilidade e rentabilidade com efeito multiplicador. […] Não vamos reinventar a roda, apenas divulgar tecnologias eficientes e modelos de produção de  sucesso comprovado”

Os Sindicatos Rurais de Conceição do Coité, Guanambi, Ipirá, Itaberaba, Jacobina, Miguel Calmon (Mundo Novo), Poções, Seabra, Jequié e Iaçú receberão o programa.

Centro Cultural Elofilo Marques - Ipirá
Estiveram presentes ao encontro diversas lideranças rurais:

Edson Diogo e Guilherme Moura - Diretores da FAEB ; Carlos Bahia – Conselho Jurídico da FAEB; Antonio Araujo – AGROBAHIA; Aurino Junior – ADAB Regional; Washington – ADAB Ipirá; Genesito Santiago – COOMAI, Genelicio Santiago – SICOB Sertão; Eraldo Campos – CDL Ipirá; Jaime Silva – COODAPI; Elton Sampaio – COODAPI; Arnor Sampaio – Sindicato dos Trabalhadores Rurais Ipirá; Luciano- EBDA de Jacobina; Vilton Silva – Secretário de Agricultura de Poções; Armando Nascimento – ADAB; Idimar Barreto – ADAB; Luiz Miranda – SEAGRI; Geraldo Santana – EBDA; Joilma Rios – SEPLAN Bacia do Jacuípe; Odair Araújo – CETEP Bacia do Jacuípe; Hilda Batista – Assoc. Lagoa das Pedras; João Santana – COODAPI; Francisca Rosa – Assoc. Genipapo; A. Oliveira – Assoc. Ernesto Gomes; Monica Freitas – Prefeitura Municipal Ipirá; Edésio Filho – Sind. Rural de Macajuba; Alexandre Queiroz- Sind. Rural de Iaçú; Mario Cesar - Sind. Rural de Poções; Eliezar Dias - Sind. Rural de Jequié; Rui da Silva - Sind. Rural de Mundo Novo; Alfredo Bezerra e Luiz Mendes - Sind. Rural de Itaberaba; Antonio dos Reis e Luiz Francisco - Sind. Rural de Coité; Fábio Silva – Secretaria de Agricultura de Coité; Antonio Edilton – Assoc. da Conceição; Irailma Santos – Assoc. Comunitária Cágados; Lando Lima - Sind. Rural de Miguel Calmon; Barberinho – CCOMAI; Paulo Emílio Torres - diretor geral da Adab, dentre outros.


11 de jun. de 2012

Encontro de Produtores no Clube Caboronga em 06/06/2012.


Aconteceu no último dia 6 de junho no Clube Caboronga uma reunião promovida pelo nosso Sindicato com representantes do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, SICOB Sertão, FAEB e ADAB. O objetivo foi tirar dúvidas dos produtores com relação às recentes medidas emergenciais contra a seca.
O tema mais difícil "Crédito de Emergência" ficou para Eraldo Miranda - BNB.
Aproximadamente 250 produtores presentes ao encontro.
Com aproximadamente 250 participantes, tivemos um encontro positivo e com momentos que merecem ser relatados.

O representante do Banco do Brasil de Ipirá – Fredson Alves, por exemplo, pensava tranqüilizar os produtores, quando declarou que as dívidas rurais vincendas em 2012 serão “automaticamente prorrogadas” para janeiro de 2013. Surpreso, entretanto, ouviu de um dos presentes:

O objetivo foi tirar dúvidas dos produtores...
- “Doutor,   se eu pudesse pagava logo porque, no ano que vem, do jeito que tá a seca, eu vou estar pior do que hoje”.

Humberto Miranda de Oliveira, presidente do Sindicato Rural de Miguel Calmon falou sobre o milho da CONAB. Sua preocupação é como viabilizar a compra deste milho para os pequenos produtores.
Eraldo Miranda - BNB

-“Quem pode comprar a cota máxima, 50 sacas, tem condição de pagar o frete e ir buscar nos armazéns conveniados. E os pequenos”?

Em Miguel Calmon, Humberto está conseguindo intermediar a compra para seus associados, algo semelhante ao que a CODAP de Ipirá, graças ao empenho do presidente Sr. Jaime Oliveira Silva, já esta fazendo com a ajuda do Agrônomo Elton Sampaio, ex-secretario de agricultura do município, ambos presentes ao encontro.
Fredson Alves - Banco do Brasil


Aurino Júnior - ADAB
O tema mais difícil, “Crédito de Emergência”, ficou para o agente de negócios do BNB de Feira de Santana.  Pacientemente, Sr. Eraldo Miranda tentou traduzir aquilo que mesmo para ele, funcionário com trinta anos de experiência, exigiu a consulta permanente ao “Manual de Operações do BNB”. De sua fala ficou apenas a certeza de que, para ter acesso ao crédito será preciso percorrer uma longa caminhada entre a elaboração do projeto técnico, analise e liberação. Uma verdadeira “Via crucis”  que mereceu o comentário do Sr. Givaldo Preto, presidente do Conselho de Desenvolvimento Sustentável de Ipirá sobre o

PENSAMENTO DO MÊS

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