27 de jan. de 2012

PASTAGEM ECOLÓGICA E SERVIÇOS AMBIENTAIS DA PECUÁRIA SUSTENTÁVEL

Jurandir Melado
Por: JURANDIR MELADO
Engenheiro Agrônomo - Consultor

O enfrentamento dos problemas relacionados ao aquecimento global e as ações para atenuar as suas causas e conseqüências serão provavelmente a primeira grande luta a envolver toda a humanidade, independente de raças, credos ou nacionalidades.

O aquecimento global, considerado até pouco tempo assunto exclusivo da comunidade científica (e para muitos, de ficção científica), tornou-se hoje tema de interesse geral, sendo discutido em todas as esferas, com os “vilões” se revezando no interesse dos estudiosos e da mídia. Os efeitos aparecem por toda parte; do derretimento de geleiras em todo o mundo ao furacão “Catarina”, ocorrido no Brasil em março de 2004, que tornou necessário re-escrever os livros de ciência que diziam: “É impossível haver furacões no Atlântico Sul” (Gore, 2006).
Recente relatório da FAO “Livestock’s long shadow” (Longa sombra da pecuária) colocou a produção pecuária mundial como uma grande vilã, colocando-a quanto a produção CO2 (ou equivalente), acima do sistema mundial de transportes, consumidor voraz dos combustíveis fósseis. Este relatório descreve em detalhes o impacto da criação de animais, ruminantes ou não sobre o aquecimento global.  
Longa sombra da pecuária
O principal estrago ocorre na hora do 
desmatamento e queimada.

Os valores se apresentaram assim tão elevados, por incluir no total não só todas as espécies animais da porteira para dentro, como também toda a cadeia produtiva da pecuária, incluindo o transporte, grande consumidor de energia fóssil. A realidade, porém é que a pecuária tem mesmo grande responsabilidade pelo aquecimento global, começando pelo desmatamento e queimada de florestas para o estabelecimento de pastagens e chegando à produção de metano pela fermentação ruminal e a fermentação anaeróbica dos dejetos.
O principal estrago ocorre na hora do desmatamento e queimada, já que a queima de cada hectare de floresta, com 250 T de matéria seca, lança ao espaço 500 T de CO2. Com a posterior lavra do solo para a agricultura, ocorre a “queima” da matéria orgânica reduzindo seu teor. Supondo uma redução de 3,50% para 1,5%, são mais 80 t de CO2 lançados no ar.

A fermentação ocorrida no rumem de um bovino de corte em pastejo, produz de 40 a 70 kg/animal/ano de metano (CH4), gás que tem um “efeito estufa” 25 vezes mais potente que o CO2., resultando entre 1 e 1,7 t/animal/ano de CO2 equivalente. No processo metabólico dos ruminantes, perde-se na forma de metano, de 2% (rações concentradas) a 18% (pastagem de má qualidade e baixa proteína bruta) da energia bruta fornecida pelos alimentos. Sendo um valor aceito como médio, em torno de 6% (Primavesi, 2007).

A fermentação ocorrida no rumem de um bovino de corte
 em pastejo, produz de 40 a 70 kg/animal/ano de metano (CH4),
 gás que tem um “efeito estufa” 25 vezes mais potente que o CO2.

Em sistemas com confinamento intensivo, onde a dieta pode chegar a 90% de alimentos concentrados, a produção de metano poderá ser reduzida para 2% da energia bruta ingerida. Porém, ocorre a transferência do problema para a área agrícola, produtora dos grãos. Estas áreas, quando ocorrem problemas de arejamento (compactação ou encharcamento) e o aporte de nitrogênio, sejam

18 de jan. de 2012

Leite tipo B volta ao mercado por mais dois anos

De acordo com a CNA, decisão do governo foi reconsiderada, em benefício do setor produtivo

A classificação do leite tipo B, suprimida no final de dezembro, voltará a ter validade no Brasil por mais dois anos, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De acordo com a entidade, a Instrução Normativa (IN) 62, que regulamenta os padrões de qualidade do produto será reeditada. A decisão foi tomada durante reunião entre representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do setor lácteo, que pediram a revisão da norma.

IN 62 será reeditada para
atender demanda dos pecuaristas
A IN 62 alterou a IN 51 e passou a vigorar em 1º de janeiro, estabelecendo um novo cronograma para os padrões de qualidade e extinguindo os regulamentos técnicos do leite tipo B e C, mantendo apenas os do leite tipo A e do leite cru refrigerando. Como houve maior rigor da legislação sobre os parâmetros, os valores da Contagem de Células Somáticas (CCS) e da Contagem Bacteriana Total (CBT) do produto cru refrigerado ficaram semelhantes aos que eram válidos para o leite tipo B na IN 51, o que motivou a exclusão. 

o assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Bruno Lucchi, aponta que, apesar da baixa produção do tipo B, existe um mercado aquecido do produto em determinadas regiões do Brasil, como é o caso de São Paulo, que conta com cerca de dois mil produtores e 12 empresas que trabalham no setor. Em sua opinião, com o prazo de dois anos, o segmento poderá se adaptar às mudanças e pensar em um diferencial para o produto. 

– A extinção abrupta do leite tipo B pela IN 62 poderia causar prejuízos econômicos a muitos produtores e indústrias. O prazo de dois anos para transição foi uma sábia decisão do Mapa – argumenta.

A IN 62 foi publicada no Diário Oficial da União em 30 de dezembro e define exigências como a Contagem de Células Somáticas (CCS) e a Contagem Bacteriana Total (CBT) para medir a qualidade do leite. Pela IN, os limites são de 600 mil células por mililitro de leite de CCS e 500 mil Unidades Formadoras de Colônia (UFC) por mililitro para CBT e já valem para os produtores das regiões Sul e Sudeste. 

Para o Nordeste e o Norte, esses limites passam a valer em 2013. A instrução normativa prevê que, até 2016, esses índices deverão ser de 400 mil células somáticas por mililitro e 100 UFCs por mililitro para o Centro-Sul, enquanto Norte e Nordeste devem alcançar estas metas em 2017.

10 de jan. de 2012

Novas regras para a produção de leite


Novas regras para a produção de leite
Está em vigor desde o dia 1º de janeiro, a Instrução Normativa nº 62, do Ministério da Agricultura, que contém novas normas de produção e qualidade do leite. A legislação prevê novos parâmetros para Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS). Com a medida, o ministério alinhou o pedido de produtores que não conseguiram cumprir o prazo para redução dos limites previstos à proposta do Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite. Os padrões estão em processo de implantação gradativa desde 2002. Com a atualização, os índices de CBT e CCS que podiam chegar a 750 mil/ml, passam a ter como limite máximo 600 mil/ml. Os produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste precisam cumprir a determinação desde o dia 1º. Os do Norte e Nordeste do país cumprem a mesma exigência a partir de janeiro de 2013. A edição da norma passa a escalonar os prazos e limites para a redução de CBT e CCS até o ano de 2016, chegando a 100 mil/ml e 400 mil/ml, respectivamente.
Fonte: Ministério da Agricultura 

Preços das commodities cairão, segundo FAO
A desaceleração da economia mundial vai derrubar os preços de commodities agrícolas em 2012, mas não drasticamente no curto prazo, afirmou na semana passada o novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva. Para ele, os preços não crescerão “no sentido que tem aumentado nos últimos dois anos, mas tampouco se espera uma redução como a de 2009”. Mas chamou a atenção para uma persistente volatilidade nos mercados de commodities, que atribui a três razões: 1ª - a situação econômica global causa mais
instabilidade também no mercado de divisas, “e cada vez que o dólar americano se mexe, o preço das commodities também se move”; 2ª – os principais produtores, especialmente de cereais, foram afetados por desastres naturais que têm impacto tanto na safra atual como na futura, e o equilíbrio entre consumo e produção será apertado; 3ª – ele ainda acha que os baixos estoques vão continuar a alimentar a especulação. “Se não formos capazes de aumentar a produção, o estoque baixo vai continuar e a especulação pode tornar a situação pior”.
Fonte: Valor


PENSAMENTO DO MÊS

PENSAMENTO DO MÊS