26 de jun. de 2013

UNIDADE ANIMAL TROPICAL (UAT)

O conceito de Unidade Animal Tropical (UAT) constitui um método conveniente para quantificar uma grande variedade de tipos e tamanhos de animais domésticos de uma forma padronizada. 
O que são as UATs ? 
Para um certo número de utilizações há a necessidade de usar uma unidade comum para descrever os efetivo de diferentes espécies com um único número que expresse a quantidade total de gado presente - independentemente da composição em espécies.
Para fazer isto, desenvolveu-se o conceito de "Quociente de Troca", com o qual diferentes espécies de diferentes tamanhos médios podem ser comparadas e descritas em relação a uma unidade comum. Esta unidade é 1 Unidade Animal Tropical (UAT).
Têm sido usados vários métodos para obter os quocientes de troca entre espécies, mas nenhum satisfaz completamente.
Diferentes fórmulas para calcular UATs têm sido usadas em diferentes partes do mundo, dependendo das variedades de gado mais comuns (p.ex. 1 UAT = 1,0 camelos; Bovinos 0,7; Ovinos/Caprinos 0,1).
Contudo uma só fórmula para calcular UATs desta maneira é incapaz de servir para diferentes variedades de gado - que podem variar consideravelmente em tamanho - e é, portanto necessária uma abordagem diferente.
Se o alimento consumido é razoavelmente semelhante para as duas espécies que estamos a comparar, o quociente de pesos metabólicos proporciona o melhor meio de comparação. Esta relação expressa o fato de que as espécies menores produzem mais calor e consomem mais alimento por unidade de tamanho corporal do que os animais maiores (Heady, 1975).

Quocientes de Troca para espécies pecuárias em
 Unidades Animal Tropicais com base no Peso Metabólico Corporal
Em condições de pastoreio dependentes dos recursos, o consumo voluntário médio de alimento entre as espécies é notoriamente semelhante, cerca de 1,25 vezes as necessidades de manutenção (1 para manutenção, 0,25 para produção = crescimento, reprodução, leite, etc.). O peso metabólico é, portanto considerado como a melhor unidade para agregação de animais de diferentes espécies, quer seja para calcular o alimento total consumido, o estrume produzido, ou a produção de produtos finais.
UATs e Quocientes de Troca
O padrão utilizado para uma Unidade Animal Tropical é um bovino com 250 kg de peso corporal.
As caixas 1 a 3 apresentam os quocientes de troca para animais com diferentes pesos corporais em Unidades Animal Tropicais com base no peso metabólico. Mostram que 5 ovinos ou caprinos de 30 kg consumirão tanto como 1 vaca de 250 kg. Da mesma maneira, dois búfalos com cerca de 425 kg consumirão tanto como 3 bovino de 250 kg. No entanto, falando de forma estrita, estes só podem ser comparados quando as diferentes espécies consomem o mesmo alimento, o que não se verifica com frequência.

caixa 1
caixa 2
caixa 3
Utilização das Unidades Animal Tropicais 
Alguns pontos devem ser tidos (continua)

9 de jun. de 2013

PLANTAR ALGODÃO DE SEDA

Por Gilberto Martins Brito
"Calotropis Procera".
Algodão de Seda, Flor de Seda, Leiteiro... Janaúba. Cientificamente, "Calotropis Procera".
Assim é conhecida a "perigosa" espécie vegetal que chegou ao Brasil, via Recife, no início do século passado, como planta ornamental.
É nativa da África e Península Arábica; adaptável em locais de precipitação entre 100 a 1.500 mm/ano, pouco importando a altitude, e mesmo em solos pobres, arenosos e ácidos, além de se multiplicar por sementes, que são abundantes e tocadas pelo vento.
Com tais características, chegou, gostou e se multiplicou nos mais diversos cantos do sertão.
Por ser coberta de cerosidade e ao ter qualquer parte rompida libera um látex branco, bastante tóxico, é tida e havida como praga, afora ser invasora, o que exige a sua erradicação por meio de foice e facão, bem mole que é a sua madeira.
Rotineiramente seca, e quando as chuvas acontecem é entre outubro/março, a região semiárida exige, anualmente, que a partir de agosto os rebanhos recebam complementação de forragem, senão uma verdadeira "salvação".
Algodão de Seda
Comprometidos com o campo, profissionais da EMBRAPA Pantanal e da EMATER-RN, cientes das características do Algodão de Seda, cortaram e trituraram exemplares e secaram o material exposto ao sol por 48 hs, fazendo desaparecer a quase totalidade da toxina, para daí obterem bom alimento animal, na modalidade feno, a ser servido em níveis de até 33% do volumoso, em substituição a outros gêneros.
Em tomando conhecimento desta simples, grandiosa e consequente descoberta, acredito ser da maior importância a sua divulgação, especialmente para que produtores rurais e organismos diversos, a exemplo de sindicatos e associações rurais, à frente a própria EBDA, que tanto contribui para o desenvolvimento rural do nosso estado, a transforme em verdadeira "salvação de lavoura", quer por meio de palestras e aulas práticas, quer pela distribuição de DVDs adredemente elaborados, desde quando tão avançada a tecnologia e acessíveis os equipamentos eletro-eletrônicos.

A seguir a transcrição de um trabalho do IPA- Instituto Agronômico de Pernanbuco. Fonte: http://www.ipa.br/pdf/seminario_extensao_2008/Trindade.pdf

UTILIZAÇÃO DO ALGODÃO DE SEDA
(Calotropis procera)
NA DIETA DE RUMINANTES.

Regional do Araripe/ Município: Trindade
Comunidade: Sítio Tanque Novo
Proprietário: Francisco Carlos Ferreira Souza
Localização: S 07º45’32’’ W 40º16’9,6’’
Equipe Responsável: Gilvanio Benedito, Juan Batista.
E-mail, para contato: Juanbatista@ipa.br, gilvaniotrindade@ipa.br.
APRESENTAÇÃO
Preocupado e motivado em oferecer assistência e extensão rural aos agricultores familiares do estado, o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, através de seus profissionais, vem buscando soluções na caatinga onde se tem um potencial vegetativo representado por rica flora nativa e exótica. A Calotropis procera, popularmente conhecida como “algodão de seda” ou “flor de seda”, possui de 13 a 19% de proteína e, aliando-se à alta digestibilidade, promete ser uma alternativa de proteína e carboidratos para alimentação animal em nossa região, considerando sua disponibilidade e freqüência populacional nas condições específicas da região do semi-árido.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi identificar e estudar ainda mais sobre esta planta, que além do alto potencial nutritivo, a mesma encontra-se em regiões que vai do litoral até o sertão do Araripe em abundância. Onde há algum tempo atrás, considerávamos apenas como erva daninha.
METODOLOGIA
“O Sítio Tanque novo está localizado na área rural, pertencente ao município de Trindade, distante da sede do município em 04 km, nas coordenadas geográfica S 07º 45’32,0” W 40º 16’ 9,6”. Tendo como proprietário o Sr. Francisco Carlos e família.
Foram realizadas visitas diárias, para podermos acompanhar a aceitação dos animais com relação à forragem em estudo, e compará-la com outro alimento presente na propriedade, como ração amonizada contendo palha de milho seca e uréia a 5% e silo contendo milho, sorgo e uréia a 5%.
RESULTADOS OBTIDOS
A aceitação da forragem de algodão de seda foi tão boa quanto às outras acima citadas. Segue na tabela a seguir a análise bromatológica de algumas forragens fornecidas na propriedade.
Uso na alimentação animal.
Os resultados acima obtidos foram feitos na sede do IPA no laboratório de análises de plantas e rações – LAPRA, no dia 29-0-2008.
Observamos também o constituinte nutricional do algodão de seda, que apesar de encontrar em abundância, apresentou-se com uma palatabilidade fora do comum e com um teor de proteína bruta acima das rações mais usadas como o milho e o sorgo.

PENSAMENTO DO MÊS

PENSAMENTO DO MÊS