9 de jun. de 2013

PLANTAR ALGODÃO DE SEDA

Por Gilberto Martins Brito
"Calotropis Procera".
Algodão de Seda, Flor de Seda, Leiteiro... Janaúba. Cientificamente, "Calotropis Procera".
Assim é conhecida a "perigosa" espécie vegetal que chegou ao Brasil, via Recife, no início do século passado, como planta ornamental.
É nativa da África e Península Arábica; adaptável em locais de precipitação entre 100 a 1.500 mm/ano, pouco importando a altitude, e mesmo em solos pobres, arenosos e ácidos, além de se multiplicar por sementes, que são abundantes e tocadas pelo vento.
Com tais características, chegou, gostou e se multiplicou nos mais diversos cantos do sertão.
Por ser coberta de cerosidade e ao ter qualquer parte rompida libera um látex branco, bastante tóxico, é tida e havida como praga, afora ser invasora, o que exige a sua erradicação por meio de foice e facão, bem mole que é a sua madeira.
Rotineiramente seca, e quando as chuvas acontecem é entre outubro/março, a região semiárida exige, anualmente, que a partir de agosto os rebanhos recebam complementação de forragem, senão uma verdadeira "salvação".
Algodão de Seda
Comprometidos com o campo, profissionais da EMBRAPA Pantanal e da EMATER-RN, cientes das características do Algodão de Seda, cortaram e trituraram exemplares e secaram o material exposto ao sol por 48 hs, fazendo desaparecer a quase totalidade da toxina, para daí obterem bom alimento animal, na modalidade feno, a ser servido em níveis de até 33% do volumoso, em substituição a outros gêneros.
Em tomando conhecimento desta simples, grandiosa e consequente descoberta, acredito ser da maior importância a sua divulgação, especialmente para que produtores rurais e organismos diversos, a exemplo de sindicatos e associações rurais, à frente a própria EBDA, que tanto contribui para o desenvolvimento rural do nosso estado, a transforme em verdadeira "salvação de lavoura", quer por meio de palestras e aulas práticas, quer pela distribuição de DVDs adredemente elaborados, desde quando tão avançada a tecnologia e acessíveis os equipamentos eletro-eletrônicos.

A seguir a transcrição de um trabalho do IPA- Instituto Agronômico de Pernanbuco. Fonte: http://www.ipa.br/pdf/seminario_extensao_2008/Trindade.pdf

UTILIZAÇÃO DO ALGODÃO DE SEDA
(Calotropis procera)
NA DIETA DE RUMINANTES.

Regional do Araripe/ Município: Trindade
Comunidade: Sítio Tanque Novo
Proprietário: Francisco Carlos Ferreira Souza
Localização: S 07º45’32’’ W 40º16’9,6’’
Equipe Responsável: Gilvanio Benedito, Juan Batista.
E-mail, para contato: Juanbatista@ipa.br, gilvaniotrindade@ipa.br.
APRESENTAÇÃO
Preocupado e motivado em oferecer assistência e extensão rural aos agricultores familiares do estado, o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, através de seus profissionais, vem buscando soluções na caatinga onde se tem um potencial vegetativo representado por rica flora nativa e exótica. A Calotropis procera, popularmente conhecida como “algodão de seda” ou “flor de seda”, possui de 13 a 19% de proteína e, aliando-se à alta digestibilidade, promete ser uma alternativa de proteína e carboidratos para alimentação animal em nossa região, considerando sua disponibilidade e freqüência populacional nas condições específicas da região do semi-árido.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi identificar e estudar ainda mais sobre esta planta, que além do alto potencial nutritivo, a mesma encontra-se em regiões que vai do litoral até o sertão do Araripe em abundância. Onde há algum tempo atrás, considerávamos apenas como erva daninha.
METODOLOGIA
“O Sítio Tanque novo está localizado na área rural, pertencente ao município de Trindade, distante da sede do município em 04 km, nas coordenadas geográfica S 07º 45’32,0” W 40º 16’ 9,6”. Tendo como proprietário o Sr. Francisco Carlos e família.
Foram realizadas visitas diárias, para podermos acompanhar a aceitação dos animais com relação à forragem em estudo, e compará-la com outro alimento presente na propriedade, como ração amonizada contendo palha de milho seca e uréia a 5% e silo contendo milho, sorgo e uréia a 5%.
RESULTADOS OBTIDOS
A aceitação da forragem de algodão de seda foi tão boa quanto às outras acima citadas. Segue na tabela a seguir a análise bromatológica de algumas forragens fornecidas na propriedade.
Uso na alimentação animal.
Os resultados acima obtidos foram feitos na sede do IPA no laboratório de análises de plantas e rações – LAPRA, no dia 29-0-2008.
Observamos também o constituinte nutricional do algodão de seda, que apesar de encontrar em abundância, apresentou-se com uma palatabilidade fora do comum e com um teor de proteína bruta acima das rações mais usadas como o milho e o sorgo.

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