Por Gilberto Martins Brito
"Calotropis Procera". |
Algodão de Seda, Flor de Seda, Leiteiro... Janaúba.
Cientificamente, "Calotropis Procera".
Assim é conhecida a "perigosa" espécie
vegetal que chegou ao Brasil, via Recife, no início do século passado, como
planta ornamental.
É nativa da África e Península Arábica; adaptável
em locais de precipitação entre 100 a 1.500 mm/ano, pouco importando a
altitude, e mesmo em solos pobres, arenosos e ácidos, além de se multiplicar
por sementes, que são abundantes e tocadas pelo vento.
Com tais características, chegou, gostou e se
multiplicou nos mais diversos cantos do sertão.
Por ser coberta de cerosidade e ao ter qualquer
parte rompida libera um látex branco, bastante tóxico, é tida e havida como
praga, afora ser invasora, o que exige a sua erradicação por meio de foice e
facão, bem mole que é a sua madeira.
Rotineiramente seca, e quando as chuvas acontecem é
entre outubro/março, a região semiárida exige, anualmente, que a partir de
agosto os rebanhos recebam complementação de forragem, senão uma verdadeira
"salvação".
Algodão de Seda |
Comprometidos com o campo, profissionais da EMBRAPA
Pantanal e da EMATER-RN, cientes das características do Algodão de Seda,
cortaram e trituraram exemplares e secaram o material exposto ao sol por 48 hs,
fazendo desaparecer a quase totalidade da toxina, para daí obterem bom alimento
animal, na modalidade feno, a ser servido em níveis de até 33% do volumoso, em
substituição a outros gêneros.
Em tomando conhecimento desta simples, grandiosa e
consequente descoberta, acredito ser da maior importância a sua divulgação,
especialmente para que produtores rurais e organismos diversos, a exemplo de
sindicatos e associações rurais, à frente a própria EBDA, que tanto contribui
para o desenvolvimento rural do nosso estado, a transforme em verdadeira
"salvação de lavoura", quer por meio de palestras e aulas práticas,
quer pela distribuição de DVDs adredemente elaborados, desde quando tão
avançada a tecnologia e acessíveis os equipamentos eletro-eletrônicos.
A seguir
a transcrição de um trabalho do IPA- Instituto Agronômico de Pernanbuco. Fonte: http://www.ipa.br/pdf/seminario_extensao_2008/Trindade.pdf
UTILIZAÇÃO DO ALGODÃO DE SEDA
(Calotropis procera)
NA DIETA DE RUMINANTES.
Regional
do Araripe/ Município: Trindade
Comunidade:
Sítio Tanque Novo
Proprietário:
Francisco Carlos Ferreira Souza
Localização:
S 07º45’32’’ W 40º16’9,6’’
Equipe
Responsável: Gilvanio Benedito, Juan Batista.
E-mail,
para contato: Juanbatista@ipa.br, gilvaniotrindade@ipa.br.
APRESENTAÇÃO
Preocupado
e motivado em oferecer assistência e extensão rural aos agricultores familiares
do estado, o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, através de seus
profissionais, vem buscando soluções na caatinga onde se tem um potencial
vegetativo representado por rica flora nativa e exótica. A Calotropis procera,
popularmente conhecida como “algodão de seda” ou “flor de seda”, possui de 13 a
19% de proteína e, aliando-se à alta digestibilidade, promete ser uma
alternativa de proteína e carboidratos para alimentação animal em nossa região,
considerando sua disponibilidade e freqüência populacional nas condições específicas
da região do semi-árido.
OBJETIVO
O
objetivo deste trabalho foi identificar e estudar ainda mais sobre esta planta,
que além do alto potencial nutritivo, a mesma encontra-se em regiões que vai do
litoral até o sertão do Araripe em abundância. Onde há algum tempo atrás, considerávamos
apenas como erva daninha.
METODOLOGIA
“O Sítio
Tanque novo está localizado na área rural, pertencente ao município de
Trindade, distante da sede do município em 04 km, nas coordenadas geográfica S
07º 45’32,0” W 40º 16’ 9,6”. Tendo como proprietário o Sr. Francisco Carlos e
família.
Foram
realizadas visitas diárias, para podermos acompanhar a aceitação dos animais
com relação à forragem em estudo, e compará-la com outro alimento presente na
propriedade, como ração amonizada contendo palha de milho seca e uréia a 5% e
silo contendo milho, sorgo e uréia a 5%.
RESULTADOS
OBTIDOS
Uso na alimentação animal. |
Os
resultados acima obtidos foram feitos na sede do IPA no laboratório de análises
de plantas e rações – LAPRA, no dia 29-0-2008.
Observamos
também o constituinte nutricional do algodão de seda, que apesar de encontrar
em abundância, apresentou-se com uma palatabilidade fora do comum e com um teor
de proteína bruta acima das rações mais usadas como o milho e o sorgo.
gostaria de saber qual o nome da substancia com poder larvicida da calotropis?
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