A FAEB
- Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia comunga com a opinião inicial dos
produtores rurais do Estado de que o anúncio do tão esperado pacote de medidas
para combater os efeitos da seca no Nordeste, lançado ontem pela presidente
Dilma Rousseff, em Fortaleza, frustrou as expectativas gerais do setor
agropecuário. Segundo o Presidente da FAEB, João Martins, infelizmente não foram
anunciadas medidas efetivas de apoio à recuperação da economia do setor, que
vive um processo acelerado de degradação, nem que pudessem sinalizar o
desenvolvimento futuro do semiárido. De acordo com ele, a maioria dos recursos
já é carimbado e não vai, de forma alguma, irrigar a economia nordestina. Isso
porque, aponta, dos 9 bilhões de reais anunciados pela Presidente,
37% desse
valor, é, na verdade, dinheiro que o governo vai deixar de arrecadar. Ou seja,
não é dinheiro novo que será investido para melhorar a situação do Nordeste.
Outros 33%, são recursos que já vem sendo gastos desde 2012, no PAC ou em outros
programas. Então, nessa rápida análise do tão aguardado pacote, é possível
perceber que quase 70% desse dinheiro não será aplicado, na
prática.
Presidente da FAEB, João Martins |
A
presidente Dilma anunciou o aumento da oferta de carros-pipa para distribuição
de água. Embora necessário, alerta Martins, “isso é apenas uma medida
emergencial paliativa, que não vai de forma alguma ajudar o produtor rural a
manter sua produtividade e rebanho. É de conhecimento de todos que muitas vezes
os carros-pipa são utilizados com fins eleitoreiros pelos prefeitos municipais,
que são os responsáveis por controlar essa distribuição de água. Esperemos que,
com a distribuição da água pelo Exército a situação seja
diferente”.
A
construção de 267 mil cisternas, que também faz parte do pacote, poderia ser
visto como um grande avanço para o semiárido, entretanto, “se dividirmos essas
cisternas pelos 1.415 municípios em estado de emergência em todo nordeste,
iremos perceber o quão irrisória é essa ação. Somente com medidas estruturantes
de médio e longo prazos vamos evitar que o nordeste sofra com a seca a cada
período de estiagem”, explica o Presidente da FAEB. Ele acrescenta ainda que a
expectativa era por anúncio de novos programas, inclusive com medidas
estruturantes, como: canais, transposição de agua, perenização de rios, novas
adutoras, açudes, grandes barragens, poços artesianos. Isso não amenizaria o
problema emergencial, mas criaria a expectativa de ter no futuro uma estrutura
melhor para enfrentar novos problemas com a seca.
“Temos
certeza que o Governo está alerta para não deixar que a autoestima do nordestino
desça a níveis críticos. Isso poderia levar a uma verdadeira desestruturação da
agropecuária da região, provocando total abandono das atividades rurais, o que
acabaria trazendo, também, graves consequências para as cidades, já que o êxodo
rural é a saída óbvia encontrada pelo produtor e suas famílias que sofrem com a
seca. Ressaltamos, o Governo precisa sinalizar claramente que o Nordeste pode
ser uma região viável, próspera e competitiva. Não podemos ficar sempre em
medidas de cunho assistencialista”, finaliza João Martins.
Comungo da opinião do Sr. João Martins, presidente da FAEB. Se esses investimentos estivessem sendo feitos de forma gradual ao longo de todos esses anos, o impacto deveria ser bem menor do que vemos nas áreas afetadas. tais impactos repercutem diretamente na falta de capitalização do potencial consumidor que é o produtor rural. Qu aprendamos a investir em infraestrutura preventiva.
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