Quarta-feira é o tradicional “dia da feira” na cidade de Ipirá-Ba. É
quando as pessoas saem do interior, dos distritos, das fazendas para comprar
verduras, farinha, feijão, carne, fumo de rolo, artigos de couro, etc. É o dia
de vender a novilha, o boi, a galinha caipira, a cabra ou o carneiro gordo.
Comprar uma boa vaca de leite, um bezerro, receber o dinheiro da venda passada
e assim por diante. É um dia alegre, o dia da
“grande reunião pública”, da
troca de experiências, estórias e histórias.
A do dia 27 passado, entretanto,
a peculiar feira do peixe da Semana Santa, nada teve de alegre. O clima na cidade, especialmente entre os
produtores rurais é de completo abatimento.
Vivendo uma situação calamitosa provocada pela terrível seca,
transitavam pela cidade, aturdidos por uma situação que lhes foge do controle.
Sabemos que o “trabalho” está na constituição da identidade das pessoas,
no conceito que o indivíduo tem de si próprio. Da mesma forma a dignidade, a
felicidade e a realização pessoal do produtor estão diretamente vinculadas à
sua atividade. Acontece que os prejuízos desta seca sem precedentes, somados ao
endividamento e à falta de crédito estão conduzindo o produtor à perda da
própria condição de produtor rural, portanto de sua identidade.
Que nesta Páscoa Deus ilumine a mente dos nossos dirigentes.
José Caetano Ricci de Araujo
Presidente
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